O novo presidente de Iniciativas de Mudança Internacional, Rajmohan Gandhi, compartilha sobre a missão de construção de paz de seu avô Mohandas K.Gandhi

(Foto: Kevin Ladden)
Rajmohan Gandhi ao lado da estátua de seu avô durante sua visita a Hull, o novo presidente de Iniciativas de Mudança Internacional, Rajmohan Gandhi, compartilha sobre a missão de construção de paz de seu avô. Começou há anos atrás. ‘A questão muçulmana me inquietava profundamente, e desde jovem’, escreve ele. Em 1947 seu avô, Mohandas K. Gandhi, ‘o Mahatma’, foi assassinado por extremistas hindus que pensavam que ele estava fraterno demais aos muçulmanos. Era um tempo de divisão entre a Índia e o Paquistão acompanhado de massacres entre hindus e muçulmanos que Mahatma se esforçou para evitar. Três anos depois, e depois que a Índia e o Paquistão foram para a guerra por Kashmir, um Rajmohan Gandhi de 16 anos ouviu que o Primeiro Ministro do Paquistão fora atingido. Gandhi respondeu ao homem que dava a notícia que eles em breve ouviriam que o Primeiro Ministro estaria morto. ‘Ele congelou, e eu estava envergonhado de meu comentário idiota e feito sobre alguém que não fizera a mim qualquer mal. Depois a percepção de que o subcontinente estava repleto desse tipo de mau sentimento me fez começar a pensar’.
Desde então Gandhi trabalhou com uma paixão para promover melhores relações entre hindus e muçulmanos e entre a Índia e o Paquistão. Dentre seus livros temos ‘Entendendo a Mente Muçulmana: um estudo de Oito Vidas’, e ‘Reconciliação e Revanche no Sul da Ásia’ assim como as maiores biografias de seus dois avôs (seu avô maternal, C. Rajagopalachari, foi o primeiro Governador Geral da Índia independente).
Gandhi está em profunda análise da vida de seu avô e inevitavelmente pensando em lidar com muitas questões na linha de ‘O que Mahatma faria agora?’. Em declarações e escritos nos últimos anos desde o 11 de setembro, Gandhi desafiou vigorosamente o Ocidente a não demonizar o Islã. Falando ao lado de Dalai Lama sobre ‘Religião como uma fonte de conflito e um recurso para a paz’ na Universidade Emory em 2007, Gandhi listou 3 coisas que ele pensava que Gandhi diria agora: ‘Ele diria “Deixe que as pessoas primeiro de tudo joguem uma luz sobre as suas próprias ações”. Depois, “Não vamos nos permitir cair em tentação de acreditar que uma determinada crença acima de tudo é falha, infectada, perigosa a todas as demais. Pode a construção da paz estar reconciliada com a noção de uma religião, raça ou comunidade imperfeita?”. Finalmente Gandhi, sobre o expoente do hinduísmo, diria as pessoas de todas as religiões, “O ódio, o medo ou a ganância em sua volta estão diminuindo ou aumentando?”. Este seria o seu teste para um agente de paz’. Mais recentemente ele tem buscado paralelos entre o Presidente Lincoln e Mahatma. ‘Lincoln tentou encontrar um significado mais profundo do que estava acontecendo. Por que essa guerra custosa? Porque houve tanto derramamento de sangue? E ele encontrou esta tremenda, dolorida e soberana conclusão sobre a ligação com a escravidão. Da mesma forma Gandhi disse de novo e mais uma vez que talvez todas as aflições que sofremos vêm da idéia de intocabilidade – e essa idéia de ‘superiores e inferiores’ é de alguma forma responsável por todos os nossos sofrimentos. Ele vê grande oportunidade na motivação de pessoas para perguntar as mesmas perguntas profundas da atual crise. ‘E perguntar, não sob espírito do medo – apesar de ser perfeitamente razoável concluir que certas coisas feitas por certas pessoas são responsáveis – mas para ir através do mais profundo entendimento possível de por que o mundo está do jeito que está’. Desde Janeiro deste ano, Gandhi serve como Presidente de Iniciativas de Mudança Internacional – um movimento que ele conheceu desde jovem. ‘Uma das primeiras coisas que aprendi do que era então chamado de Rearmamento Moral foi sugerido através de uma imagem de um garoto sentado na carteira com um globo na mão. A legenda continha: “Deus tem um plano e você tem uma parte nele”. Ouve uma sugestão que cada um de nós tem uma parte em mudar o mundo. O Altíssimo tem um plano e cada indivíduo pode ter uma parte nisso’. Apesar dos mistérios de por que Deus continuaria a permitir tanta dor, ele diz que essa idéia deixa uma tremenda inspiração. ‘Se não há um Deus que resolva todos os problemas que queremos resolvidos, existe um Deus de pequenas, e às vezes grandes graças e pequenos milagres e coisas maravilhosas que acontecem em algumas porções de nossas vidas e em algumas partes do mundo. relata Mike Lowe.
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